segunda-feira, 20 de junho de 2011

A arte de bem negociar o seguro automóvel




Se não muda de companhia há três anos ou Se não muda de companhia há três anos ou mais, está na altura de sondar a concorrência.
Nuno Gonçalves, de 41 anos, e Fernando Sá, de 51, têm duas características em comum: mantêm o seguro do carro na mesma companhia há oito e três anos, respectivamente, e ambos estão a perder dinheiro. São clientes fiéis, não por lealdade cega à seguradora, que nunca os deixou ficar mal, ou medo de arriscar o incerto, mas por falta de tempo para procurar alternativas mais baratas.
A equipa da Dinheiro & Direitos (D&D) deu-lhes uma ajuda. Os especialistas da revista simularam quanto pagariam com as Escolhas Acertadas, para o pacote de coberturas que têm hoje, e descobriram que podem reduzir bastante a anuidade: 300 euros, no caso do Nuno (seguro obrigatório e danos próprios), e 40 euros, no do Fernando (só obrigatório).
Se não está convencido, faça você mesmo o teste. O estudo da Deco a 192 preços revela que um condutor experiente pode economizar até 1.088 euros por ano na companhia certa, face à média de mercado. No caso dos jovens, a diferença é mais significativa: 1.207 euros anuais.
Qualidade das apólices pesa
Com uma boa apólice pode não poupar muito dinheiro, mas evita algumas dores de cabeça. Se vai contratar só o seguro de responsabilidade civil, não tem de preocupar-se pois é igual em todas as companhias. Pelo contrário, a qualidade do seguro facultativo varia. Para ajudar na selecção, foram analisada as apólices das 11 companhias que participaram no estudo com base num conjunto de critérios que os especialistas da Dinheiro & Direitos consideraram essenciais. Algumas, apesar de muito boas, são caras. Ao optar pelas Escolhas Acertadas tem duas vantagens garantidas: anuidades baixas e apólices de boa qualidade.
Comecemos pelo pior dos cenários. Caso tenha de declarar um acidente pelo qual é responsável, como é que a seguradora ajusta o prémio? As percentagens de agravamento divergem, bem como as coberturas que influenciam o sistema de ‘bónus-malus'. A Liberty e a Ocidental destacam-se pela positiva neste critério: se o cliente participar sinistros enquadráveis nas coberturas de responsabilidade civil, choque, colisão e capotamento ou incêndio, raio e explosão, só aumentam o prémio da cobertura activada. Já a Mapfre e a Açoreana agravam-no por sinistros que não dependem da intervenção do segurado, como o roubo do carro. Por falar em roubo ou furto, esta cobertura é idêntica em todas as seguradoras. A diferença está no tempo que demoram a pagar a indemnização. A maioria fá-lo até 60 dias depois de participar o desaparecimento do carro. A Liberty e a Generali reduzem este prazo para 40 e 15 dias, respectivamente. Relativamente às franquias, a Mapfre é a seguradora mais "generosa" nos descontos. Além disso, só aplica a franquia à cobertura de choque, colisão e capotamento, com um valor mínimo de 250 euros.
A apólice da Liberty oferece uma boa assistência em viagem. Esta cobertura paga despesas médicas por doença ou acidente em qualquer parte do mundo, mesmo que viaje sem carro. Paga também o reboque, a estada dos ocupantes e um carro de substituição se o seu avariar num país da União Europeia, Marrocos ou Tunísia. Em Portugal, a maioria dá assistência se tiver um furo, falta de combustível ou perder as chaves.

Menos 1.207 euros para jovens
Seguro Directo, OK! Teleseguros e protocolo da Deco lideram lista de Escolhas Acertadas.
A "inexperiência" paga-se cara no seguro automóvel. Para as companhias, ter menos de 25 anos é um factor de risco agravado, mesmo que já tenha carta desde os 18. A falta de traquejo na estrada custa aos jovens titulares entre 40 e 100% mais do que aos condutores com provas dadas. São, por isso, o segmento que mais beneficia com uma escolha certeira da seguradora.
Foram pedidos os preços para um jovem de 19 anos e carta há um ano, de Lisboa, sem acidentes nem bonificação (ou seja, primeiro contrato).
Conclusão: se conduz carros novos, a Escolha Acertada é a Seguro Directo. Esta cobra 1.331 euros (Renault) e 1.666 euros (Audi) por ano pelo pacote alargado, ou seja, menos 1.088 euros e 1.207 euros do que a média das seguradoras. Para carros com cinco anos de idade, o protocolo que a Deco negociou com a OK! teleseguros é a opção mais barata. Cobra 1.271 euros (Renault) e 1.903 euros (Audi) por ano, o que representa uma poupança de 790 euros e 848 euros face à média das companhias do estudo.
Para evitar o agravamento no prémio, é frequente os pais contratarem o seguro em nome próprio, declarando-se condutores habituais. A Deco
não o recomenda: em caso de sinistro, a seguradora pode negar a indemnização ou aplicar franquias superiores.

O que faz variar a anuidade
São vários os factores que fazem variar o prémio do seguro. Mas uma parte do que o cliente paga são custos administrativos e taxas que revertem para o Estado ou outros organismos.
1 - Características do veículo
O custo da responsabilidade civil depende do tipo de veículo (ligeiro de passageiros ou de mercadorias) e da utilização (particular ou profissional), da cilindrada e do combustível usado.
2 - Capital seguro
No seguro de danos próprios, o prémio baseia-se ainda no valor comercial do veículo, que diminui ao longo dos anos e varia consoante a tabela de desvalorização da seguradora.
3 - Idade e sexo do condutor
Condutores com menos de 25 anos e carta há menos de dois são penalizados. Algumas companhias fazem descontos para mulheres, mas esta prática deverá terminar em 2012.
4 - Zona de residência
As tarifas são mais elevadas em cidades com mais sinistralidade, como Lisboa e Porto. As zonas e o risco variam consoante as companhias.
5 - Parqueamento
O local onde o carro pernoita também entra nas contas: parqueamento na rua tem mais custos do que na garagem.

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