A Comissão Concelhia de Paços de Ferreira do Partido Comunista Português (PCP) defende que o presidente da Junta de Freguesia de Freamunde deve convocar novas eleições para quebrar o impasse que se arrasta desde as últimas eleições autárquicas.Os comunistas responsabilizam o PSD e PS deste "triste episódio da história de Freamunde" equiparando-os no "campo das acções e intenções", fazendo "tábua rasa dos compromissos que haviam assumido com o seu eleitorado" e "esqueceram os seus programas eleitorais no dia a seguir às eleições, preferindo discutir «cargos» em vez de «projectos». A guerrilha política criada pelo apego ao poder do PSD e PS, apenas os distancia dos problemas da população, não um do outro", acusam.
Em comunicado, os elementos do PCP lembraram as eleições de 11 de Outubro de 2009 em que o PSD obteve a vitória para a Junta de freguesia de Freamunde por maioria relativa, mas não conseguiu criar o necessário consenso junto das restantes forças políticas para proceder à eleição do Executivo da Junta.
Perante esta situação de impasse, a posição da CDU foi "pautada pelo respeito da vontade popular - que retirou a maioria absoluta ao PSD - e pelo respeito do princípio legal e democrático que estabelece, cabendo ao partido vencedor das eleições encontrar uma solução de governação para a Junta de Freguesia", um factor que, na opinião dos comunistas, não aconteceu porque "a discussão degenerou até chegar ao ponto em que os eleitos apenas discutiam cargos, o poder pelo poder".
O impasse é visto como "incapacidade - ou falta de interesse - do PSD em conduzir o processo a um desfecho por demais evidente. Não tendo assumido uma postura de diálogo, que colocasse em primeiro lugar os interesses da freguesia, o PSD contribuiu para criar a noção que o assalto ao poder, por todos os meios, mesmo que sem fundamento legal ou legitimidade democrática, era o caminho", lamentando também a postura do PS, "o principal promotor desta tentativa de conseguir na secretaria aquilo que o povo freamundense não lhes havia concedido nas eleições". E acrescentaram: "O PS demonstrou claramente aos freamundenses que não é em nada diferente do PSD que tanto critica. De forma oportunista, conduziram este processo ao terreno que mais lhe convinha, o da radicalização do discurso, onde por entre fogachos de retórica inflamada, procuram esconder a sua incoerência. De facto, o PS quer o "poder pelo poder". Nada mais se pode concluir das posições que tem vindo a tomar. E a defesa da demissão em bloco de toda a oposição - para além de não ter cabimento em democracia - confirma esta visão distorcida do poder local, é a tese do "tudo ou nada", ainda mais aberrante por partir de um partido que está na Assembleia da República com maioria relativa", lembraram.
Por estas constatações, a CDU não se considera responsável pela situação que "PSD e PS criaram". "Foi a radicalização do discurso encetada pelo PS, a inépcia do PSD e o correspondente extremar de posições na freguesia, que criou o ambiente hostil à ponderação serena e conscienciosa de soluções que hoje se vive em Freamunde".
Esta tomada de posição é justificada pelo PCP como "recusa em contribuir para este rol de interesses".
Jornal Imediato
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